quinta-feira, 20 de novembro de 2008

1/4 Cheio de perguntas

Por Caroline Grechi

Por que será que a nossa cabeça não pára de pensar? Nem quando dormimos a desgraçada pára... Zilhões de pensamentos voando pela sua cachola e te deixando cada vez mais confuso.

O interior da sua cabeça deve ser parecido com o seu quarto. Gavetas de idéias, armários de sentimentos e dúvidas espalhadas por todo canto, como se fossem meias. Nas noites de insônia você resolve sair catando as dúvidas pelo seu quarto cerebral, para ver se organiza alguma coisa. Mas é o mesmo que jogar água em “Gremlins”, pra cada resposta que você tenta encontrar, surge outra pergunta. E ás vezes, as que surgem não tem nada a ver com a pergunta principal. São Gremlins independentes.

Por que todo mundo tem namorada (o) menos eu?
Perguntas Gremlin:

Eu sou tão feio (a) assim?
Meu cabelo é esquisito?
Será que em vez de engraçado (a) eu sou mala?
Meu nariz podia ser mais fino...
Porque o mês que vem não chega nunca?

Por que eu não ganho dinheiro fazendo o que gosto?
Perguntas Gremlin:

Eu canto tão mal assim?
Quantos anos eu vou levar pra tocar violão que nem o Duca Leindecker?
Um caminhão da Elma Chips podia tombar na minha rua...
Será que um dia alguém vai comprar as fotos que eu tiro?
Será que um dia vou escrever crônicas pra um jornal?
Quanto tempo vai levar até eu trabalhar na Atlântida?
E se eu pintasse o cabelo de azul?
Se eu inventasse um chocolate que emagrece?

Por que dizem que eu pareço carente?
Perguntas Gremlin:

A falta de namorada (o) está tão visível assim?
O fato de querer abraçar meus amigos quer dizer alguma coisa?
Só eu tenho ciúme de amigos?
Por que aquele All Star vermelho é tão caro?
Será que o meu conceito de amizade é o mesmo das outras pessoas?
Eu sabia que eles estavam namorando...
Será que só eu vou ficar encalhado (a)?????

E por aí vai... Além de questionamentos de notas da escola/faculdade, dúvidas em relação à política atual (mas essa duvida é tão chata que tu já larga no cantinho onde ela tava, embaixo do tapete do quarto cerebral.)

04h15min da manhã e a cabeça continua a milhão. Agora vem aquela musica desgraçada que algum colega engraçadinho cantou, e que não sai da sua mente. Fica se repetindo e repetindo e repetindo, e sempre a mesma frase. Quer saber qual é a música? Ok. Mas atenção: a seqüência de palavras a seguir pode causar insônia, irritação e perigo à integridade física da escritora.

Aaaaiinda ooonnntemmm... Choreeeii de Saaudaaadee...”

Eu avisei. Boa sorte na sua próxima noite de insônia, e se de algum canto do seu quarto, surgir auma dúvida Gremlin... Não jogue água nela.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

¼ Cheio de barulho

Por Caroline Grechi

“Meu filho, por favor, abaixa esse som!! não consigo nem ouvir meu pensamento!”. Sim, pelo menos uma vez na sua adolescente vida musical você deve ter ouvido sua mãe delicadamente gritar alguma coisa parecida.

Pobres pais, não percebem que são desprovidos da capacidade de ser invadidos pela canção, quanto mais alto for o volume. Você sente a música fluindo dentro do seu corpo, como se fizesse parte daqueles montes de artérias e veias que aparecem nos livros de biologia (que estão perdidos em algum lugar do quarto a mais ou menos três meses).

A teoria adolescente de que quanto mais alto o som propagado maior o efeito de alegria proporcionado pelo mesmo, infelizmente não é bem recebida pelos habitantes do mundo exterior ao seu, ou seja, quem está nos outros cômodos da casa.

A música ajuda as pessoas a se concentrarem mais naquilo que estão fazendo, e a fazer com mais alegria! Pelo menos com você é assim, se a sua irmã não tem a capacidade de escrever uma mensagem de texto no celular ouvindo a voz retumbante do Humberto Gessinger se espalhando pela casa...

Fazer o quê, você é simplesmente mais inteligente do que ela, que mistura as coisas que ouve com o que estava escrevendo e depois vem brigar com você porque mandou um “pra ser sincero não espero de você, mais do que educação, beijo sem paixão...” pro namorado, e agora o guri ta perguntando se ela quer dar um tempo.

A música é o alimento da alma. Onde foi que você leu isso mesmo? Talvez em alguma frase de MSN... Mas enfim, quem escreveu isso tem total razão, sem música o mundo ficaria sem graça. A única maneira de você aceitar que o seu melhor amigo ouça funk no mp3 (!!) é imaginar que aquele barulho ritmado faz com que ele se sinta tão feliz quanto você, ao ouvir Engenheiros.
Isso é uma verdade absoluta, a única forma de não desvalorizar os outros estilos musicais é imaginar que sempre tem alguém que ficará feliz ao ouvir o tão excêntrico som pelo qual você não demonstra o mínimo interesse.

Uma boa maneira de se integrar ainda mais com a música é passando você mesmo a fazê-la! Siimm! Compre um violão (guitarra seria demais para os tímpanos da sua família, pelo menos por enquanto) e passe a perceber a música com outros olhos (ou ouvidos no caso).
Aprender a tocar violão sozinho não é tão difícil, nada que umas idas ao “
Cifra Club” e um mínimo de força de vontade não resolvam. Ok, se você tiver alguns amigos que possam dar certas dicas, melhor ainda.

Só trate de deixar a cacofonia do seu aprendizado para você mesmo, não esqueça, você está aprendendo! Não vá levar o violão pra escola ou faculdade e pagar o mico do século...
Enfim você terá uma coisa a mais para distrair as idéias, uma coisa a mais ocupando espaço no quarto e um motivo a mais para ouvir reclamações dos seres do mundo exterior, dizendo que não conseguem compreender como você habita em ¼ ainda mais cheio de barulho.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Brasil de jovens leitores...

Por Adrieli Cancelier

Não deu no jornal, mas segundo a Agência Brasil o maior número de leitores brasileiros está entre jovens e crianças. Mas o que será que nossos caríssimos companheiros da madrugada internáutica andam lendo por aí? Quadrinhos do Super-Homem? Revistas de fofocas? Resumo de Duas Caras?

Nada disso! Os nossos bons leitores, além de crônicas espalhadas pela internet, estão lendo os mais variados tipos de “bons livros”.

Paulo Coelho, segundo pesquisa realizada pelo Projeto Juventude e pelo Instituto Cidadania, ainda é o escritor mais procurado pelos jovens. Era de se esperar. Obras como Veronika Decide Morrer e Onze Minutos costumam encantar até mesmo as mentes-jovens mais conservadoras ao misturar a realidade com uma dosezinha de sonhos e loucuras.


Paulo Coelho

O escritor não fez sua carreira apenas com seus livros conhecidos mundialmente. Paulo Coelho também escreveu músicas muito conhecidas na voz do nosso glorioso e lendário Raul Seixas, como Sociedade Alternativa e Tente Outra Vez.

Apesar de alguns assassinatos cometidos à língua portuguesa, Paulo Coelho recebeu vários prêmios nacionais e mundiais com suas obras. Sua última condecoração, em 2007, veio diretamente da ONU: Mensageiro da Paz.


Outras leituras...

Além de Paulo Coelho, outros reis da literatura são bastante conhecidos entre os jovens. Clássicos de José de Alencar e Machado de Assis também enchem as prateleiras de muitos quartos jovens. Mais atrás aparecem os livros de Dráuzio Varella e Lair Ribeiro.

Porém, dado divulgado pela Folha afirma que com um quilômetro de distância na frente de Paulo Coelho, o livro mais lido pelos brasileiros ainda é... A Bíblia! É isso mesmo! 43 milhões de pessoas já a leram e 45% destes costumam fazê-lo com freqüência.


E Depois?

A pesquisa aponta que esse interesse por clássicos literários dura, na maioria dos casos, apenas até o fim da fase escolar. Mas qual seria o real motivo, prezados leitores?

Talvez a falta de incentivo (ou de obrigação)... Ou talvez na falta de críticos que escrevam boas resenhas sobre as fabulosas obras - e é fato, é difícil escrever boas resenhas - ou a preguiça.
Seja lá qual for a causa (ou as causas) quem sai ganhando é sempre aquele que não perde a mania. Quem lê conhece línguas, o impossível português e todos os seus derivados.

E se isso não servir, ler é tão grandioso quanto sonhar. A magia das palavras toma formas diferentes em cada cabeça. Um quarto cheio de livros é um quarto cheio de sonhos. Sonhos são quartos cheios de histórias. Histórias são quartos cheios de jovens.

Bem Vindo a Um Quarto Cheio!

Entrem!!
8.5.08
Por Caroline Grechi

“Meu filho, que bagunça! Como tu consegues te achar no meio desta confusão? Nãão... Vá já dar um jeito neste quarto!”. Se você ao ler estas frases escutou a voz da sua mãe, bem-vindo a ¼ Cheio! Mas... O que seria ¼ cheio?

Aí está... Seria o SEU lugar, não compreendido por meros mortais do mundo exterior, cuja fronteira se localiza na porta do seu quarto. Pois você sabe onde está o carregador do seu celular, mesmo que ele esteja dentro do bolso do casaco preto que está embaixo da caixa de All Star (em que você guarda aqueles CDS sem capa) e ao lado do pijama que está quase ganhando vida e indo para o cesto de roupas sozinho.

Só você sabe que aquela prova com uma nota “10” bem grande está grudada com durex na parte de dentro do guarda roupa, enquanto aquela outra estampada com um “5” maior ainda já serviu de almoço pro cachorro há muito tempo.

Se alguém perguntar por exemplo: "Rápido! Onde está sua ridícula (mas que você adora mesmo assim) meia amarelo-ovo, do Pateta? (Não que o Pateta lhe de intimidade quanto a seus ovos...)" Você, rápido como um raio, se move em direção a cama e ao se abaixar lá está ela no seu devido lugar; pé direito enrolado dentro do tênis e pé esquerdo repousando sobre sua velha havaiana. Viu só? Simples pra quem vive no seu mundo. Ou seja, só você.

Olhe agora para o seu querido quarto. Imagine-o completamente organizado. Mas COMPLETAMENTE organizado. Tudo. Nem uma coisinha pendendo para qualquer lado, tudo perfeito. Imaginou? Ok! Agora pode respirar novamente, já passou... Um pesadelo, não? Pois é! Sua mãe, pobrezinha, não entende isso.

Se na tentativa de convencê-lo a arrumar o quarto ela alegar que você perde aproximadamente meia hora por dia procurando alguma coisa lá dentro, a única coisa que você pode dizer é que como qualquer outro mundo, o seu mundo também sofre mutações.

E nós, meros adolescentes, necessitamos de certo tempo para perceber que por um descuido guardamos a meia amarela ovos-do-Pateta na gaveta, e não embaixo da cama onde é seu lugar de origem. Tudo bem, você não é o único a cometer esses deslizes, ninguém é perfeito não é mesmo?...

¼ Cheio, ora bolas, não é só um quarto cheio. É o seu cantinho. Seu solo sagrado. Ta certo que alguns mínimos cuidados são necessários para deixar seu cantinho habitável. Restos de comida? Nããão!! Comida em si não... Algum pacote de bolachinha ou de Chips tudo bem, mas nada que vá juntar insetos (até mesmo porque você não quer invasores no seu espaço). Ok, comida em decomposição NÃO.

Quantidade sufocante de papeis? Bom, recomenda-se tirar um dia (ou dois se a situação for crítica) para juntar todos esses papéis, ler um por um, amassar os inúteis, rasgar os inúteis-deprimentes, pensar o que fazer com os inúteis-importantes, e guardar os mais-ou-menos-inúteis e os realmente-importantes (de preferência na gaveta mais próxima).

Roupas que já estão se tornando parte da mobília? Realmente, esse caso já é mais complexo. Quando perceber que você só tem mais dois pares de meias enroladinhos e cheirosos dentro da gaveta, aí sim deve se preocupar em resgatar os outros pares (o que implica em uma vasta e meticulosa inspeção pelo subterrâneo da sua cama), para que o seu tênis não precise lhe criar bolhas nos pés nus em homenagem às meias desaparecidas.

O mesmo se aplica às outras peças do seu singular vestuário. Não seria legal ser reconhecido na escola ou faculdade, por ser o dono de uma blusa de cor já indistinta e que parece ter sido retirada de um comercial de sabão em pó onde estrelava o papel, é claro, de mostruário de manchas.

Seguindo estas dicas (não todas de uma vez, você enlouqueceria) o seu habitat seria no mínimo “passável” aos olhos externos e continuaria sendo a sua bagunça organizada de sempre. ¼ Cheio, aparentemente bagunçado, porém perfeitamente aceitável pra alguém que põe uma quantidade elevada de Nescau no leite, e que prefere desligar a TV no sábado a noite e escrever um texto quilométrico, a ter que assistir a um programa humorístico tão engraçado quanto uma prova sobre os pensadores filósofos do século XVIII, ou XX, ou alguma outra combinação de letras xis, vê e i.

O papo ta bom, mas minha cama capenga me chama. Boa noite caros colegas de bagunça-adolescente-não-compreensível, e até o próximo “texto’ (por falta de outra definição no momento) da vida de um Ser habitante do mundo ¼ Cheio.